Esta mensagem é pra você que me conhece pessoalmente e faz parte das minhas “redes sociais” ou pra você, que simplesmente resolveu seguir este perfil de Instagram correlatos e por isso faz parte de minhas “redes virtuais”.
Você provavelmente já deve saber (ou não) como eu diferencio uma da outra. Mas, se ainda não prestou atenção, eu vou repetir. Comecei a falar (pensar e ler) sobre isso, tem uns dias aí pra trás (em 2006).
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Quando falo em redes sociais eu me refiro a um conjunto abrangente de relações fixas e articuladas, que me ligam a outras pessoas e grupos com os quais convivo e mantenho afinidades ou divergências, em um dado momento histórico, no mundo físico, pontuado por encontros cotidianos ou eventuais. [relações sociais acontecem no cotidiano, no dia a dia, na história. E se distribuem no espaço-tempo com coordenadas geográficas distintas]
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Quando falo em redes virtuais eu me refiro a um conjunto igualmente abrangente e articulado de relações que ligam o meu perfil virtual a outros perfis virtuais de pessoas e grupos, para além deste momento histórico, no mundo informático, caracterizado por encontros “virtuais” que simulam o cotidiano, agrupados em conjunto de informações que ocupam simultaneamente o mesmo espaço físico; compartilhando coordenadas distintas por meios periféricos ao longo do tempo, e/ou ocupando as mesmas coordenadas numa central de processamentos no mesmo instante.
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Mas, cuidado. Não estou dizendo que só um é “real”. A oposição não é essa. Tanto redes sociais como redes virtuais operam no nível “real” e no nível “imaginário”. Assim como ambas se constituem simbolicamente. A diferença é que enquanto o “social” é sempre “atual” porque acontece no tempo da sociedade, o “virtual” é justamente o que se contrapõe ao “atual”, por estar completamente fora do aqui e agora. Virtual é o Devir; social é o advento.
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É muito importante que vocês reconheçam a distinção, porque a confusão entre “virtual” e “social” é um dos elementos que aumenta o poder de quem controla politicamente e explora comercialmente o acesso e a circulação de bens aqui nas redes virtuais.
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Em síntese: aqui estamos em relações “virtuais”. Enquanto na nossa rua, em nossa família, nos locais em que trabalhamos, estamos em relações “sociais”. A galera ganha dinheiro manipulando “redes virtuais” para que elas pareçam cada vez mais com “redes sociais”. Mas, preste atenção: isso não é social. Mesmo quando esteja sendo manipulado por meio de “tecnologias sociais” (evocando emoções, construindo opinião, estimulando atitudes, modulando comportamentos e preferências). Aqui é tudo virtual.
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Para saber mais sobre isso, procure conversar com alguém que estuda Psicologia Social. Ou estude por conta própria...
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