E isso não tem nada a ver com ser "bonzinho"; não tem a ver com ficar bem na fita; não tem a ver com "não querer se confundir com marginais". E não tem a ver com simplesmente respeitar a lei. Embora tudo isso possa funcionar de alguma maneira... Essa não é a questão principal. A questão principal é poder ser homem. Ou melhor: dever ser homem. Mesmo que muita gente ache que esse papo de ser ou não ser homem esteja ultrapassado ou fora de moda, é justamente por causa dele que o estupro acontece. Nas mais diferentes situações em que ele acontece, praticado por UM homem apenas, ou por um grupo de TRINTA homens; cometido por um homem desconhecido, conhecido ou mesmo por um homem da família; ocorrendo em lugares públicos, em recintos fechados ou mesmo dentro de casa; começando como um assalto e sequestro ou como uma sedutora paquera; tendo por vítima, uma "bela, recatada e do lar" ou uma "vadia" ou mesmo uma dessas mulheres descritas no ranking das festas universitárias como a das Atléticas da Universidade Federal de Goiás. Em todos os casos, o estupro é, foi e tem sido praticado EXCLUSIVAMENTE POR HOMENS. Há quem argumente que não são homens, mas animais, ou monstros, ou doentes mentais... eu, prefiro a crua e fria constatação de que todos os estupradores são homens... e digo aos homens que se ofendem ao pensar que o estuprador é um homem como eles: Mano, "aceita que dói menos".
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"Conhecereis a verdade e a Verdade vos libertará!" atribui-se essa frase em português a um famoso rabi, filho de um marceneiro, nascido no tempo de Herodes, para ilustrar o poder emancipatório dos fatos. Um médico nascido em Viena, também de origem judia, seguia a mesma diretriz: perseguir e aceitar a verdade, para não ser prisioneiro de ilusões. No cristianismo (ao menos como retórica)e na psicanálise (ao menos em tese) a convergência é o entendimento de que "a verdade liberta".
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Eis portanto, o meu conselho: aceita que dói menos. São os homens quem estupra, ao menos é o que tem sido. Esta é a verdade.
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Ao par desta verdade, tem uma outra verdade. Mais alentadora talvez, ela vai ser usada como um refúgio por aqueles que ainda querem defender seu lugar entre os que se dizem homens. Porque ainda acham que vale a pena ser homem. Eles poderão dizer:
_ Se é verdade que os homens praticam estupro, é verdade que a maioria dos homens não pratica, nem nunca praticou nenhum estupro!
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Ok... mas eu, que sou homem (portanto não caberei no rótulo de mulher mal amada, que os machistas insistem em dar às pessoas que defendem o movimento feminista), farei um questionamento feminista aos homens como eu: Se a maioria dos homens não praticam estupro, o que essa maioria tem feito para impedir que a minoria continue praticando? Há algo que essa maioria de homens que não estupram ninguém possa fazer para acabar com os estupros? Há algo que tem sido feito pelos homens para acabar com o estupro? É possível acabar com os estupros que essa minoria de homens pratica? O questionamento está feito... com a palavra: os homens! ou como dizia o Serginho Groismann: fala garoto! De minha parte, eu sei que nós, os homens, podemos acabar com o estupro! Desenvolvo essa resposta na próxima postagem. Quanto à de vocês, eu deixo espaço nos comentários aqui mesmo.