Inspirado no poema de Cristiane Sobral
Meu nêgo,
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os pratos,
Você entenderia
De fato
O valor que
esse ato tem
esse ato tem
Se você ao menos lavasse
Os pratos,
Você teria um tempo
Pra tomar contato
com outro eu, que é dela,
mas é seu também.
A vida em pratos limpos:
Ninguém pode negar, que
Depois da verdade servida,
A louça fica pra alguém limpar.
Porque essa dos pratos limpos
É sempre uma metáfora boa
Sobretudo, na verdade,
Se você está em casa à toa.
Ah, você trabalha na rua?
E em casa quer descanso?
Mas se o pano não limpa o assoalho,
Mas se o pano não limpa o assoalho,
Quem vai chegar pisando manso?
E o banho das crianças?
A feira da semana?
A poeira dos móveis?
O limo no banheiro?
A decisão e o almoço?
O recado da Escola?
a roupa suja e o sabão em pó?
A confusão dos brinquedos?
As contas organizadas?
E a dor de todo dia?
Meu irmão,
Se você ao menos lavasse
os pratos,
Você veria no ato
que lavar pratos
é o de menos...